Por definição a geada é um fenômeno atmosférico que provoca a morte das plantas ou de suas partes, devido à ocorrência de baixas temperaturas que acarretam o congelamento dos tecidos vegetais, havendo ou não a formação de gelo sobre folhas e caules. A história da agricultura maringaense está repleta desses episódios, gerando profundos impactos sociais e econômicos.

A geada acontece quando o céu está limpo, ou seja, sem a presença de nuvens, situação recorrente na região. Com isso, a superfície da terra perde energia para a atmosfera causando assim um resfriamento rápido. A geada pode ser de maior ou menor intensidade, atingindo apenas os ramos e folhas, o que pode comprometer uma safra, ou aniquilando completamente a lavoura, sendo necessário em média um período de cinco anos para retomada da produção. 

Em 1955 foi registrada uma geada que atingiu cafezais na região. A foto mostra um caminhão da GMC com placa de Maringá de número 48-1394. Este tipo de veículo tinha motor e estrutura mais robustos, sendo preferido para os terrenos acidentados do Norte paranaense. Na caçamba, três trabalhadores seguram sacas de café sobre os ombros. 

A imagem parece trivial até que lancemos atenção sobre a plantação que margeia a foto. O que parece uma vegetação de caatinga ou espinhosa, é um cafezal. A plantação está destituída de frutos e folhas, muito diferente de um cafezal sadio, que pode ser visualizado aqui. 

Maringá sofreu geadas em outros momentos, tendo a maior delas acontecido em 1975, episódio conhecido como “geada negra”, em decorrência da aparência escura e ressecada como carvão que as plantas após a intempérie e também pelos danos sociais causados pelo arruinamento da lavoura. A “geada negra” colocou um fim no protagonismo do café na agricultura paranaense, abrindo, muitas vezes a contragosto, à produção para outras culturas. 

Veja sobre a Geada Negra de 1975 aqui.

Fontes: Gerência de Patrimônio Histórico de Maringá / Acervo Maringá Histórica.

Outras publicações:

Espátula utilizada pelos príncipes do Japão - 1978

Raul Seixas em Maringá