1998
Popular, fanfarão, divertido e dono de uma voz rouca bem peculiar nas noites de Maringá. Assim era Rosalino de Oliveira, também conhecido como "Nego Rosa", além de outros apelidos carinhosos criados por antigos amigos em grandes farras da cidade.
Contava com um repertorio eclético, fruto da educação musical ao lado do maestro Aniceto Matti. Este lhe ensinou até canções italianas.
Com o passar dos anos, Rosalino se tornou popular em casas de shows e choperias cantando clássicos da MPB, boleros e até músicas estrangeiras, com destaque para “What Wonderful World”, conhecida mundialmente na voz de Louis Armstrong.
Começou a cantar aos 15 anos na antiga Rádio Cultura de Maringá. Mais tarde, abandonou o emprego numa retífica pra seguir a nova carreira, pois “não dava pra ficar cantando na oficina”.
Em entrevista para O Diário do Norte do Paraná, revelou que o primeiro guitarrista não foi o Britinho ("Os Cometas") conforme foi publicado diversas vezes: "O primeiro foi o Itamar Bandeira do conjunto Os Anjos da Lua que fazia muito sucesso nos bailes do Aeroclube", afirmou.
Também citou o grupo "Os Sete Notas" e a primeira banda de rock da cidade, “Os Jacarés".
A voz rouca chamou a atenção de empresários que tentaram levá-lo para São Paulo. Em 1965, ficou em segundo lugar num programa de calouros do “Programa do Bolinha”. Um ano antes, poderia ter brilhado na "Discoteca do Chacrinha" caso não tivesse levado à sério a brincadeira do comunicador: "Estava muito nervoso e tomei umas bebidas para acalmar. O pessoal da produção me chamava de ’pé vermelho‘ e eu respondia que meu pé era preto".
"Quando entrei no palco, o Chacrinha me perguntou, brincando, se eu tinha vindo do Paraná a pé, de burro ou de trem. Não gostei da brincadeira e tasquei na hora: Vim nas costas da sua mãe!", contou.
Ainda aos 19 anos, conheceu o empresário do cantor Lindomar Castilho. Empolgado, o executivo providenciou tudo para levar aquela voz para São Paulo. Além da passagem, também comprou um terno na Hermes Macedo e até anunciava um samba que deveria estourar na voz de Rosalino.
Porém, no dia do embarque, com as malas na mão, olhou para aquele “avião fumacento” no Aeroporto Regional Dr. Gastão Vidigal e imediatamente vendeu a passagem pela metade do preço. "Gastei o dinheiro bebendo muita cachaça na Vila Marumbi e depois ainda vendi o terno. O empresário ficou lá em São Paulo me esperando no aeroporto", revelou às gargalhadas.
Em relação a música que lhe prometeram, ela foi oferecida a outro grande cantor negro de São Paulo que pouco depois se tornaria conhecido como "Noite Ilustrada".
Rosalino era natural de Ourinhos, interior de São Paulo, e morreu aos 68 anos, em 7 de março de 2009. Quando de sua morte, o escritor Diógenes Gomes revelou que o cantor se apresentava na Vila Marumbi (antiga zona) na banda U-235, encabeçada pelo solista Roque, de São Paulo. Rosalino também cantava muito no Bar do Beto na avenida Munhoz da Rocha (antiga avenida das Indústrias).
Fontes: O Diário do Norte do Paraná de 22 de março de 1998 / Diógenes Gomes – Blog do Rigon / Acervo Maringá Histórica.
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