Inaugurado em meados de 1950, o Bar Central funcionou na avenida Brasil em frente à então praça da Rodoviária (atual Napoleão Moreira da Silva). Ponto de grande circulação de pessoas, ocupou um imóvel estrategicamente localizado entre o Bazar OK, de Winifred Ethel Netto, e A Cearense.

Quando abriu suas duas portas, apenas uma pequena placa indicava o nome do estabelecimento. Pouco tempo depois, além dessa placa instalada transversalmente à avenida, foi acrescentada uma marquise metálica com toldo. Avançando sobre a calçada, a benfeitoria garantiu maior conforto aos clientes, que passaram a ficar mais protegidos do sol e da chuva.

Segundo registrou o repórter carioca Vinicius Lima durante sua passagem pela cidade, em novembro de 1952, inicialmente o Bar Central “(...) foi alugado mediante luvas de 30.000 cruzeiros; em outubro passado foi transferido em locação por três anos, mediante as luvas de dois milhões”.

Dentre os diferenciais, o estabelecimento tinha até equipamentos para a produção de sorvetes. No alto das grandes prateleiras distribuídas pelas paredes, atrás dos amplos balcões, luminosos indicavam outros itens vendidos: café, bebidas e salgados. Em uma das diagonais, ao fundo, outro luminoso apontava o local do caixa para pagamentos.

Diversas mesas e cadeiras ocupavam o salão. Tratava-se de um espaço de intensa movimentação política e, sobretudo, comercial, conforme anotou Jorge Ferreira Duque Estrada em seu livro Terra crua: “O Bar Central, (...) por cujo ponto Antonio Pessuto pagara mais de um milhão de cruzeiros, era uma espécie de bolsa de imóveis, tão movimentada que um cidadão alugou uma das mesas e nela instalou seu ‘escritório’, incumbindo-se de ‘lavrar contratos’ e ‘encher promissórias’. Ponto obrigatório de reunião da fina flor dos ‘picaretas’ da cidade, reunia agora os políticos, em ‘acertos’ e ‘conchavos’”.

Fontes: Terra crua, de Jorge Ferreira Duque Estrada / Revista A Semana, fevereiro de 1953 / Acervo Maringá Histórica.

Outras publicações:

Criança dirigindo o carro do pai - 1952

Avenida Duque de Caxias e a sigla CTNP - Fins de 1952