Favelas em pauta - 1963

1963

Em agosto de 1963, a Câmara Municipal de Maringá viveu uma das sessões mais tensas daquela gestão. A pauta tratava da remoção de barracos erguidos em áreas consideradas irregulares, decisão tomada pelo prefeito João Paulino Vieira Filho. A medida provocou forte reação de centenas de famílias que viviam nesses locais, levando um grande grupo de moradores das favelas a lotar o plenário em busca de explicações.


A Folha do Norte do Paraná, na edição de 7 de agosto daquele ano, relatou que diversos vereadores criticaram abertamente o Executivo. Entre eles, destacaram-se Joaquim Ferreira Dias, Hélenton Borba Côrtes, Arion R. de Campos e Bonifácio Martins. O grupo pedia que a Prefeitura suspendesse as demolições e realizasse um levantamento detalhado da situação das moradias, especialmente na Vila Cleópatra — favela que existia ao lado do Cemitério Municipal.

Diante da pressão, foi proposta a criação de uma comissão para estudar alternativas habitacionais, incluindo a possibilidade de desapropriação de áreas para interesse social. O debate também reacendeu discussões anteriores sobre a falta de políticas de moradia e os impactos da rápida expansão urbana de Maringá no início dos anos 1960, período em que a precariedade habitacional crescia de forma acentuada.

A sessão terminou sob clima de forte tensão, com o Legislativo dividido e o Executivo duramente criticado. O episódio evidenciou a complexidade da questão das favelas em Maringá e o choque entre a necessidade de ordenamento urbano e a realidade socioeconômica das famílias trabalhadoras que ocupavam aquelas áreas.

Fontes: Folha do Norte do Paraná, 7 de agosto de 1963 / Gerência de Patrimônio Histórico de Maringá / Acervo Maringá Histórica.

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