Influenciados pela árvore de Natal flutuante que foi instalada na Lagoa Rodrigo de Freitas em 1996, membros da sociedade maringaense resolveram empreender um audacioso projeto. A iniciativa foi do Conselho Municipal de Turismo e da Câmara Setorial de Turismo e Eventos da então Associação Comercial e Industrial de Maringá (Acim), com apoio da Secretaria de Indústria, Comércio e Turismo da Prefeitura Municipal. A estrutura selecionada para aquela finalidade ainda é única no país e no mundo, a Catedral Basílica Menor Nossa Senhora da Glória. 

A decoração foi orçada em R$ 70 mil na época, algo próximo a R$ 600 mil nos dias de hoje, e contou com o patrocínio do jornal Gazeta do Povo. Entre a ideia e a materialização, passaram-se menos de 30 dias. "(...) A velocidade com que fizemos o projeto e conseguimos a adesão da comunidade foi impressionante", apontou a diretora da Câmara Setorial, Sônia Uliana, quando tratou do assunto com a imprensa naquele ano. 

A concepção artística, por sua vez, foi desenvolvida pelos artistas plásticos Paolo Ridolfi e Cristina Agostinho. Para a decoração da estrutura cônica, utilizaram-se de 38 bolas com laços, que mediam aproximadamente 6 metros de diâmetro. Para a confecção a toque de caixa, uma empresa local montou uma linha de produção exclusiva. Refletores com gelatinas verdes compuseram a decoração, transpassando a sensação de uma árvore natalina. 

O detalhe final ficou com a instalação de uma grande estrela na cruz, no topo do templo. Com 6 metros de altura, aquele elemento pesava quarenta quilos. 

A instalação de todos os ícones natalinos foi executada por funcionários da prefeitura e empresas terceirizadas por meio de cabos e rapel. Um dos operários naquela complexa tarefa foi Elias Gertulino dos Santos. Aos 43 anos, o aventureiro somava três décadas de trabalhos arriscados. No início dos anos 1980, Elias chegou a sofrer um acidente quando a corda de seu suporte arrebentou e ele caiu durante as obras da Kalahari, boate que ficava na praça Raposo Tavares. 

O lançamento daquele atrativo turístico aconteceu em 12 de dezembro de 1997, uma sexta-feira, com acendimento da árvore natalina, apresentação do coral do Centro de Ação Cultural (CAC) e queima de fogos de artifício. Com 124 metros de altura, a cidade esperava entrar para o Guinness Book, superando a decoração similar existente em Nova York que media 76 metros de altura. 

Dentre as autoridades presentes para a solenidade, estiveram o prefeito de Maringá, Jairo Gianotto, o arcebispo Dom Murilo Ramos Kriger e o diretor-presidente da Gazeta do Povo, Francisco Cunha Pereira Filho. 

Fontes: acervo de Paolo Ridolfi e Cristina Agostinho / Acervo Maringá Histórica. 

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