Maringá foi o abrigo de diversos talentos. Artistas de qualidade indubitável abrilhantam a narrativa histórica e a experiência estética de viver-se por aqui. 

Destaca-se na imagem uma das mais antigas escolas de pintura e ateliê da cidade, a Escola de Pintura Kimie Hirata, presente desde 1979. A imagem, do interior do ateliê da artista e professora, foi publicada na revista comemorativa do Jubileu de Prata da Missão Nipo Brasileira em 1983. 

Imigrante vinda do Japão, Kimie tinha dificuldade com a língua por não saber bem o português, tornando-se alvo de chacota dos colegas na escola. Criativa, achou no hábito de desenhar uma forma de se expressar e vencer a barreira da língua. Começou com giz de cera Kryon para fazer suas representações. Depois, passou para as telas, cerâmica, seda e diversas outras técnicas e suportes. 

A artista realizou diversas exposições individuais, embora não tenha tido educação formal ou universitária para artes. Acreditava que talento e expressão artística se aprende com experiência e observação dos mestres. Costumava viajar para São Paulo para trocar experiências com Miura, Gilberto Raimundo, Wakao, Cecilia Yoshida e Otero.

Em 1979, começou a dar aulas de pintura. Ensinou diversas personalidades maringaenses, algumas que seguiram a carreira artística como Nilza Bersani, Deborah Kemmer, Sonia Arai, Carmem Campoi, Clotilde Rosa e Marli Marques.

Seu ateliê e escola aparecem listados no endereço rua Padre Germano José Mayer, nº 90.

Fontes: Acervo Maringá Histórica / Gerência de Patrimônio Histórico de Maringá / Jubileu de Prata Missão Nipo brasileira 1983 / Folha de Londrina: A Pintura como Arte e Ofício 1999.

Outras publicações:

Série: Quem? Onde? - Churrasco na década de 1970

Agência Real e os voos comerciais de Maringá - 1957