A foto é do conferencista Edgar Kolby Knowton Jr. durante o Congresso Internacional de Camonologia, realizado em Maringá no ano de 1972.  Aquele ano foi abundante em eventos artístico-culturais motivados pela comemoração dos 25 anos de fundação da cidade. O poder público municipal organizou várias atividades e uma delas foi dedicada ao poeta Camões.

Aproveitando o quarto centenário da publicação de "Os Lusíadas", a prefeitura organizou uma conferência que atraiu renomado grupo de especialistas em Camões e sua obra. O Congresso teve lugar no Cine Maringá, recebendo palestrantes dos Estados Unidos (Nova York, Flórida, Texas, Havaí e Tennessee) e de Portugal. 

Além das conferências, o evento contou com apresentações de grupos folclóricos, teatros e jograis. No Centro Português, alunos do Instituto de Educação Estadual de Maringá representaram "Os Dez Contos de Os Lusíadas", utilizando a técnica de jogral. O grupo teatral "Gil Vicente", da Universidade Federal do Paraná - UFPR encenou a peça "Episódios de Inês Castro". O grupo de dança folclórica Os Lusíadas também se fez presente.  Os alunos do terceiro ano de Letras da Faculdade de Filosofia de Maringá apresentaram a peça o "Auto da Barca do Inferno".

O grupo OCA, organização teatral de Londrina, apresentou a peça "El Rei Seleuco" e os alunos do Colégio Santa Cruz encenaram "Tempestade", espetáculo coreográfico do Canto VI de "Os Lusíadas”.

O evento também foi anunciado pela revista Manchete naquele ano, em texto assinado pelo jornalista Nilson Alves: 

“Por mares nunca dantes navegado

Camões andava meio esquecido dos brasileiros. Estudantes do curso médio passavam pelos Lusíadas como gatos por brasas, desatentos da beleza dos versos e preocupados apenas com as dificuldades da análise sintática imposta pelos professores. Agora, vai haver no Brasil o primeiro Congresso de Camonologia, destinado a comemorar o quarto Centenário da publicação dos Lusíadas. Ele será realizado em Maringá, como parte das festividades do jubileu de prata da cidade. O Congresso de Camonologia está recebendo adesões de professores do mundo inteiro. Além dos debates sobre a obra, haverá representações teatrais, exposições bibliográficas e concursos para monografias e textos que abordam a literatura camoniana.” 

Fonte: História Artística e Cultural de Maringá: 1936-1990, de João Laércio Lopes Leal / Revista Manchete / Acervo do jornalista Marcelo Bulgarelli / Acervo Maringá Histórica.

Outras publicações:

Os doze signos na Catedral Basílica Menor Nossa Senhora da Glória - 2003

O sucesso das casas de bingo em Maringá – Década de 1990