Histórias de assombrações em Maringá

1950


A imagem é da Cesumar (hoje UniCesumar) em meados da década de 1990. O terreno onde hoje está uma das maiores universidades do país era um “lixão” até o final dos anos 1980.  Segundo o historiador João Laércio Lopes Leal, o local era usado como ponto de desova de fetos de abortos clandestinos. "Muitos alunos e até professores me contaram que viram vultos de crianças brincando no parque", disse o historiador em entrevista para O Diário do Norte do Paraná, em 2003.

Leal também conta histórias de relatos de fantasmas e aparições no Parque do Ingá e na antiga delegacia (onde funcionava o Detran. Hoje, parte da estrutura do Corpo de Bombeiros, na avenida Paraná esquina com a avenida Guaíra). João Laércio conta que o Parque do Ingá servia de ponto de desova de cadáveres de gangues. “Tem muitas histórias de pessoas que iam passear pelo Parque do Ingá e viam vultos estranhos", disse.

Já o antigo cadeião coleciona histórias de assombração pois ficou famoso como local de tortura e morte de prisioneiros até os anos 1970. "Existem relatos de pessoas que viram vultos e até ouviram gritos vindos do antigo cadeião muito tempo depois dele ter sido desativado. Sons estranhos que eram ouvidos mesmo durante o dia", reforçou João Laércio. 

Mas o local mais famoso por ter sido palco de aparições é o Cemitério dos Caboclos, localizado entre o distrito de Floriano e o município de Paiçandu. Leal explica que a região de Maringá era habitada por mestiços de índios e brancos, conhecidos como caboclos. Isso antes da chegada dos moradores trazidos pela Companhia de Terras Norte do Paraná.

Essa etnia morava na região até meados dos anos 1950. Eles enterravam seus mortos nesse cemitério, que hoje está abandonado, mas muita gente ainda o utiliza para realizar práticas de candomblé, magia ou para fazer oferendas aos mortos.

"Existem muitos relatos de pessoas que dizem que viram vultos nesse cemitério. É um local assombrado já famoso em Maringá", diz o historiador.

Também houve relatos de incidentes, registrados na imprensa local, de casas apedrejadas sem que os moradores e nem mesmo a polícia encontrassem sequer pistas dos agressores. Os casos aconteceram em 1991, no Jardim Alvorada, e em 1988, na Vila Emília. No primeiro, os ataques só pararam após a visita de um padre, que benzeu a casa. No segundo, foi necessária a intervenção de um pastor.

Na Vila Operária aconteceu outro evento sobrenatural em meados dos anos 1960 que ganhou as páginas dos jornais. Durante seu próprio velório, uma mulher acordou, levantou e deu um grande susto em todos os familiares, que já velavam o corpo. Ela havia sido dada oficialmente como morta, com atestado de óbito assinado pelo médico e tudo.

Ainda na Vila Operária, existe a lenda do Saruê, um bandido famoso que morava no bairro. Como só roubava em outras regiões da cidade e sempre ajudava as pessoas do bairro, era querido e protegido pelos moradores do bairro onde residia.

Pela forma como conseguia sempre fugir da polícia, os moradores do bairro acreditavam que Saruê tinha poderes sobrenaturais. Diziam que ele podia se transformar em árvores, animais e qualquer tipo de objeto.

A sua façanha teria funcionado até o final dos anos 1970, quando Saruê foi morto pela polícia.

Fontes: O Diário do Norte do Paraná – Fabio Massali / Acervo do jornalista Marcelo Bulgarelli/ Acervo Maringá Histórica.

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