O sindicalista José Lopes dos Santos - Década de 1960

1960


Filho de Fernando Lopes dos Santos e Claudimira Ferreira dos Santos, José Lopes dos Santos nasceu em Livramento de Nossa Senhora, no interior da Bahia, no dia 7 de junho de 1926.

Possivelmente em algum momento do final dos anos 1950, José Lopes dos Santos se mudou para Maringá, onde passou a trabalhar na construção civil, embora tivesse forte atuação política. 

Com a instauração da Ditadura Civil-Militar, em 31 de março de 1964, o movimento sindical e líderes de esquerda foram denunciados e atingidos pela chamada "Operação limpeza", que foi sustentada pelo Ato Institucional nº. 1. Em 11 de abril daquele ano, a Delegacia de Polícia local denunciou três cidadãos de Maringá ao DOPS (Departamento de Ordem Política e Social): Gregório Sepúlveda, José Lopes dos Santos e Jorge Ferreira Duque Estrada. 

Segundo Reginaldo Benedito Dias publicou em seu livro "A face esquerda da cidade: estudos sobre a história de movimentos, partidos e personagens do campo político de esquerda em Maringá (1947-2000)", Sepúlveda foi citado como "notório comunista" que residia na cidade desde 1947; Santos ocupava a função de presidente do Sindicato dos Trabalhadores da Construção Civil e também era delegado da Confederação laboral do segmento; Duque Estrada era visto como "nitidamente esquerdista" e "evidentemente comunista". 

Ambos, junto de outros, acabaram detidos. José Lopes dos Santos ficou recluso entre os dias 12 e 19 de abril daquele ano. 

Em 1968, Santos ganhou novamente destaque na cidade. A rearticulação do sindicalismo vinha retomando espaço, mas foi em 1º de maio que ganhou vigor com atos organizados por diversas frentes. Então, discursos foram gravados por agentes à paisana da então 13ª. Subdivisão Policial, que montou um esquema de segurança. Na oportunidade, José Lopes dos Santos concedeu uma entrevista para O Jornal de Maringá sobre aquele movimento - na época, ocupava a presidência da Associação Profissional dos Trabalhadores nas Indústrias Alimentícias. 

Em outubro daquele ano, ao lado do advogado Edésio Passos, José Lopes dos Santos teria participado das articulações da greve que foi deflagrada na Cia Norpa Industrial, do empresário Jitsuji Fujiwara. Logo após, evadiu-se da cidade. 

Segundo o historiador Reginaldo Benedito Dias, "Pelos motivos alegados na abertura do inquérito, sem alusão formal aos movimentos de 1968, foi julgado e condenado à revelia em 1970. Não consta que tenha sido detido e cumprido pena até ser beneficiado, em 1979, pela Lei da Anistia". 

Fontes:  Livro - A face esquerda da cidade: estudos sobre a história de movimentos, partidos e personagens do campo político de esquerda em Maringá (1947-2000), de Reginaldo Benedito Dias / Gerência de Patrimônio Histórico de Maringá / Acervo Maringá Histórica. 

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