Conto do "pau de arara" - 1962

1962


Em 9 de novembro de 1962, o impresso Folha do Norte do Paraná trouxe a seguinte manchete: "30 nordestinos com dez crianças há dois dias sem comer e desde domingo ao relento: conto do 'pau de arara'".

A matéria detalhou que um grupo de pessoas estava um dia antes na Estação Ferroviária aguardando para regressar rumo a Pernambuco, em um caminhão. Eles haviam sido ludibriados por um homem que lhes aplicou o famoso golpe, na época, do conto do "pau de arara". 

Alojados na carroceria de um Mercedes-Benz, o agenciador José Carlos do Nascimento estava desaparecido há dois dias. O pouco recurso que as pessoas tinham foram dados a ele em troca da viagem, que não aconteceu.  

Segundo depoimentos, José Carlos do Nascimento havia contratado um caminhão para o transporte de 70 pessoas para o Nordeste pelo preço de 362 mil cruzeiros. Tendo pago 12 mil cruzeiros no ato do contrato de locação do veículo, juntamente com seu motorista, comprometeu-se a pagar 100 mil cruzeiros em Belo Horizonte e, o restante, quando se iniciasse a volta, devendo o caminhão ainda retornar carregado de coco até São Paulo. 

Marcada para o dia 7 daquele mês, várias famílias foram em busca do retorno à terra natal. Vieram pessoas de Nova Londrina, Peabiru, Maringá e outras cidades. O agenciador recolheu, segundo reportagem, cerca de 100 mil cruzeiros, o que indica que não conseguiu vender as 70 passagens que, importante salientar, eram irregulares e clandestinas. Assim, Nascimento alegou que iria até outras cidades da região buscar mais pessoas para preencher as vagas no caminhão, mas não retornou. 


Fontes: Folha do Norte do Paraná de 9 de novembro de 1962 / Gerência de Patrimônio Histórico de Maringá / Acervo Maringá Histórica. 

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