1986
Quem frequenta o Teatro Municipal Calil Haddad, às margens da avenida Luiz Teixeira Mendes, na Zona 5, talvez não saiba que este não era o local originalmente previsto para a construção da casa de espetáculos da Prefeitura de Maringá.
O primeiro projeto que vigorou nesse sentido previa que o teatro municipal fosse construído na praça Manoel Ribas. Com projeto do arquiteto José Augusto Bellucci — o mesmo responsável pela Catedral, pelo Maringá Clube, pelo Cemitério Municipal e pelo Grande Hotel Maringá —, o prédio teria conceito modernista e formato cônico, em conformidade com o logradouro. Aquela proposta surgiu durante a gestão do prefeito Silvio Barros, na década de 1970.
Abandonado esse projeto, surgiu a ideia de construir o teatro municipal em frente ao Instituto de Educação Estadual de Maringá, na praça que havia sido ocupada pela Associação Norte Paranaense de Reabilitação (ANPR) até 1982. Aquela proposta também não prosperou, uma vez que, pouco tempo antes, legislações haviam sido alteradas para impedir edificações nas proximidades da Catedral Nossa Senhora da Glória. Somado a isso, moradores das imediações foram contrários à utilização daquela área para tal finalidade, alegando não haver estacionamentos e estrutura adequada para atender à movimentação de pessoas.
Em julho de 1986, vereadores discutiram nova ideia: construir o teatro municipal no encontro da rua Néo Alves Martins com a avenida Laguna, em um largo de frente ao Parque do Ingá, onde feiras eram promovidas aos domingos.
Segundo divulgado pelo jornal O Diário do Norte do Paraná em 16 de julho de 1986, o vereador Tércio Hilário, liderança do projeto, previa, junto ao prefeito Said Felício Ferreira, que as obras do teatro municipal naquele outro endereço fossem concluídas até o fim de 1987.
O local era popularmente chamado de “cabeça do Bosque”, conforme lembrou um dos defensores da transferência, o coordenador da Secretaria Municipal de Planejamento, Urbanismo e Habitação, Gilmar Ferdinandi. Segundo apontado por ele na matéria de 1986, “futuramente, dando continuidade ao teatro, estendendo-se próximo ao portão do bosque, serão levantadas obras onde serão desenvolvidas atividades culturais; daí a implantação de uma Casa da Cultura, Casa do Artesanato e até mesmo um museu que retrate a história da cidade”.

A imagem mostra o local onde seria construído o teatro municipal. Contudo, o projeto também não prosperou.
Diante das dificuldades, a praça 21 de Abril — que ainda não havia sido urbanizada —, ao lado do Horto Florestal, foi escolhida. Sem novas resistências, a obra começou a ser empreendida, mas não foi concluída durante o governo de Said. O prefeito seguinte, Ricardo Barros, optou por não dar continuidade à construção, preferindo investir na compra de um equipamento já existente, o Cine Plaza, que foi transformado em Cine Teatro Plaza em 1991.
Ao retornar ao Poder Executivo em 1993, o médico Said Ferreira firmou convênio com a Assembleia Legislativa do Estado do Paraná, por meio do presidente e deputado estadual Aníbal Khury. Assim, recursos foram disponibilizados para a conclusão daquele empreendimento.
O teatro foi inaugurado apenas em dezembro de 1996, vindo a receber o nome do diretor, dramaturgo e antigo habitante local, Calil Haddad.
Fontes: O Diário do Norte do Paraná, edição de 16 de junho de 1986 / Gerência de Patrimônio Histórico de Maringá / Acervo Maringá Histórica.
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