Colônia dos ferroviários - Década de 1980

1980

Com muito empenho, cobrança e articulação da comunidade local, a Estação Ferroviária de Maringá foi inaugurada em 31 de março de 1954. O evento foi marcado pela chegada da locomotiva de prefixo 608, atualmente exposta no interior do Parque do Ingá.

Com o início das atividades, tornou-se necessária a organização de uma grande equipe para viabilizar os trabalhos administrativos e operacionais, bem como a manutenção de todo o pátio de manobras ferroviárias. Assim, como de praxe em outras localidades, deu-se início à construção de casas para os funcionários da Rede de Viação Paraná–Santa Catarina.

Instalado em uma área entre a estação e a avenida Paraná, o conjunto de estruturas totalizou, com o tempo, 62 residências. Esse conglomerado ficou conhecido como vila ou colônia dos ferroviários.

De alvenaria, a maioria das casas apresentava arquitetura similar e foi financiada pela Rede. Havia diferença apenas na estrutura destinada à residência do chefe da estação, que era maior. Posteriormente, a Rede cedeu terrenos para que seus funcionários construíssem moradias conforme desejassem. Nesse caso, muitas foram edificadas em madeira, utilizando-se de materiais e sobras da própria estação. Segundo depoimentos, as famílias pagavam uma taxa simbólica para morar na localidade.

Em 1975, a Rede de Viação Paraná–Santa Catarina foi incorporada à Rede Ferroviária Federal S.A. (RFFSA). Dado o grande número de pessoas que viviam na colônia, acabou criada a Associação dos Funcionários da RFFSA, onde havia campo de futebol e outros espaços destinados ao lazer das famílias.

No início da década de 1980, o transporte ferroviário de passageiros foi encerrado na região. Em igual escala, o pátio de manobras tornou-se obsoleto. Além disso, a área de transbordo prejudicava o desenvolvimento da cidade para a zona Norte.

Durante a primeira gestão do prefeito Said Felício Ferreira, uma modernização foi planejada para enfrentar essa problemática. Era uma ideia debatida anos antes, mas concretizada apenas muito tempo depois. Além da remoção da estação ferroviária e de seus armazéns, bem como do rebaixamento da linha férrea, havia a necessidade da demolição da colônia dos ferroviários.

As imagens mostram como era o interior dessa área na região central da cidade.




Naquele processo, dezenas de famílias foram obrigadas a abandonar suas casas e se mudar para locais distantes. Em consequência, novas colônias foram organizadas.

Uma delas foi instalada no Distrito Industrial 2, próximo ao Parque Itaipu, onde 30 novas residências foram construídas. Esse local havia abrigado anteriormente a estação de transbordo da Usina Itaipu. Outras 28 casas foram edificadas próximo à avenida Nildo Ribeiro da Rocha, ao lado do Conjunto Habitacional Inocente Villanova Júnior, popularmente conhecido como Borba Gato. Além disso, mais 7 residências foram feitas na rua Floresta, próxima à rua Vereador Arlindo Planas.

Assim, no início de 1991, as casas da colônia dos ferroviários foram demolidas na área central de Maringá, juntamente dos barracões e da estação, encerrando o ciclo de uma história essencial para o desenvolvimento da cidade.

Fontes: Livro Ferroviários: entre trilhos e traves, de André Barroso e Alexandre Penha / Acervo Maringá Histórica.

Inscreva-se

* respeitamos nossos inscritos, não enviamos spam.

Inscreva-se

* respeitamos nossos inscritos, não enviamos spam.

Cookies: nós captamos dados por meio de formulários para melhorar a sua experiência no site. Ao continuar navegando, você concorda com a nossa Política de Privacidade.