Movimento de bancários no Banco da Lavoura - Anos 1960

1960


Datada dos anos 1960, a imagem mostra quatro homens — três deles sentados — em frente à agência do Banco da Lavoura de Minas Gerais S/A, em Maringá. À esquerda, destaca-se um cartaz com os dizeres: “Bancário também precisa comer”, em apoio a algum movimento promovido pela categoria.

Em julho de 1962, a diretoria do Banco da Lavoura adquiriu o lote nº 7 da quadra 11, na Zona 1. Localizado na esquina da avenida Brasil com a avenida Duque de Caxias, tratava-se de um dos pontos comerciais mais valorizados da cidade.

Em processo de expansão para os principais polos econômicos do país, o Banco da Lavoura — assim como outros empreendimentos do setor — buscava otimizar os terrenos adquiridos. Por meio de um mesmo plano de ocupação, instalava-se a agência bancária no térreo e, sobre ela, um edifício de apartamentos. Essa prática não se resumia a uma estratégia de mercado: decorria de legislação federal que incentivava a interiorização das instituições financeiras, oferecendo arranjos fiscais destinados a reduzir os custos das obras.

Foi nesse contexto que, em 1962, o arquiteto Salvador Candia projetou o então Edifício da Lavoura. Segundo observa Eduardo Rocha Ferroni em sua dissertação de mestrado sobre o arquiteto, o empreendimento apresenta uma marquise de acolhimento na calçada, prolongando a laje de cobertura do pavimento térreo. Quanto aos apartamentos, o projeto destacou-se pela amplitude das aberturas, com varandas e caixilhos do piso ao teto, modulados por montantes de concreto armado e protegidos por persianas externas de madeira.

Com 4.100 m² de área total, distribuído em 13 pavimentos, o Edifício da Lavoura abrigava a agência bancária no térreo e 24 apartamentos residenciais nos andares superiores.

A comercialização das unidades foi um sucesso. Contudo, os primeiros moradores chegaram a ser pejorativamente chamados de “jacus”, expressão usada para se referir a pessoas humildes que enriqueceram com o cultivo do café. Segundo relatos, a inauguração do edifício ocorreu em 1967, quando passou a ser considerado o primeiro edifício residencial de Maringá.

Na década de 1970, após desavenças entre os herdeiros do Banco da Lavoura de Minas Gerais, a instituição foi desmembrada, dando origem ao Banco Bandeirantes e ao Banco Real. Em Maringá, a agência localizada na esquina da avenida Brasil com a avenida Duque de Caxias passou a ser ocupada pelo Banco Real. Consequentemente, o residencial teve seu nome alterado para Edifício Maringá.

Décadas mais tarde, o Banco Real passou por outras incorporações até ser absorvido pelo Banco Santander. O ponto, considerado um dos mais valorizados e movimentados da cidade, passou a abrigar atividades voltadas ao varejo. Já o edifício residencial permanece presente no eixo central de Maringá.

Fontes: Acervo de Alfredo Dorigão Peres / Grupo – Maringá, História e Algo Mais / Acervo Maringá Histórica.

Inscreva-se

* respeitamos nossos inscritos, não enviamos spam.

Inscreva-se

* respeitamos nossos inscritos, não enviamos spam.

Cookies: nós captamos dados por meio de formulários para melhorar a sua experiência no site. Ao continuar navegando, você concorda com a nossa Política de Privacidade.