1973
Para contar essa história, precisamos retornar ao início da década de 1970. Foi quando Antônio Carlos Braga, os irmãos Adelino e Domingos Bertoncelo, além de José Aparecido Sforni, recém-formados, atuavam no Escritório Técnico de Planejamento de Maringá. Criado em outubro de 1968, o Eteplan, sigla adotada, foi um órgão descentralizado da administração municipal, com autonomia para exercer funções estratégicas. Para cumprir esse objetivo, a instituição foi dividida em três áreas: serviços de administração, urbanismo e programação orçamentária. O Eteplan foi também responsável pelo primeiro cadastramento da área urbana de Maringá.
Na gestão do prefeito Silvio Magalhães Barros, entre 1973 e 1977, o órgão foi desativado e seus funcionários acabaram realocados em outros departamentos da Prefeitura. Domingos Bertoncelo, por exemplo, assumiu a secretaria Municipal de Obras, pasta que respondia por cerca de 60% do orçamento público da época.
Entretanto, a necessidade de empreender falou mais alto entre estes quatro personagens, que se uniram para fundar a Empreendimentos Imobiliários Ingá em 3 de maio de 1973 - na época, a empresa levava o nome de Corretora e Imobiliária Ingá. Com a experiência adquirida no Poder Executivo, os irmãos Bertoncelo, juntamente de Braga e Sforni, sabiam que os loteamentos eram grandes oportunidades naquele momento.
Com uma taxa de urbanização superior a 80%, o Censo de 1970 apresentou uma população local com 121 mil habitantes. 314% a mais que duas décadas atrás, que somou 38 mil pessoas. Mais maringaenses, consequentemente, significava mais moradias. E a expansão urbana já ultrapassava os limites estabelecidos pelo projeto original da cidade. Com essa perspectiva, a Empreendimentos Ingá deu cabo de seu primeiro grande empreendimento: o então Loteamento Liberdade, primeira e segunda partes, que depois tornou-se Jardim Liberdade. O título fez homenagem ao bairro paulistano, enquanto que o nome de suas ruas fizeram alusão a personagens ligados à escravidão no Brasil.
Lançado em junho de 1973, segundo destacado pelo impresso O Jornal, o loteamento era "(...) totalmente plano, em local alto, bastante arejado. (...) já integrado à zona urbana do Município, ao lado da rede de energia elétrica, junto à vida comercial do 'Cento e Vinte' e da 'Vila Nova'. (...) Há previsão de que as 490 datas que compõem o conjunto sejam vendidas em tempo recorde". Em uma nota de rodapé de uma das imagens veiculadas na matéria, o informe destaca: "A preços bastante acessíveis à 'bolsa' popular, com 48 meses de prazo para pagamento, o loteamento está distante apenas dez metros do asfalto".
O impresso destacou que o Jardim Alvorada estava sendo loteado em sociedade com o cerealista Thomaz Jorge, de Apucarana. Sforni não foi citado como sócio, mas destacou-se na oportunidade outro membro da diretoria da Ingá: José Rodrigues do Nascimento.
Os alvarás desse loteamento foram expedidos nas seguintes datas: 26/06/1973 - Jardim Liberdade; 13/03/1974 - Jardim Liberdade II; 21/12/1976 - Jardim Liberdade III.
* respeitamos nossos inscritos, não enviamos spam.
* respeitamos nossos inscritos, não enviamos spam.
Cookies: nós captamos dados por meio de formulários para melhorar a sua experiência no site. Ao continuar navegando, você concorda com a nossa Política de Privacidade.