Transferência da colônia dos ferroviários - Anos 1990

1990

A Estação Ferroviária de Maringá foi inaugurada em janeiro de 1954. Com o início das atividades de transportes sobre trilhos, a operadora do modal à época, a Rede de Viação Paraná-Santa Catarina, viabilizou a construção de diversas residências para seus funcionários nas imediações do pátio de manobras, situado entre a avenida Tamandaré e a avenida Paraná. 

Aquela colônia, ou vila dos ferroviários, chegou a somar 62 residências. De alvenaria, a maioria das casas apresentavam uma arquitetura similar. Havia diferença apenas para a residência do chefe da estação, que era maior. Posteriormente, a Rede cedeu terrenos para que aqueles que ainda não detinham sua moradia. A partir de então, muitas delas foram edificadas em madeira, utilizando-se de materiais e sobras que se amontoavam pela esplanada. Segundo depoimentos, as famílias pagavam uma taxa simbólica para residir neste local. 


Já sob o comando da Rede Ferroviária Federal S. A., a RFFSA, o transporte de passageiros foi encerrado pela cidade no início da década de 1980. Provavelmente, a baixa procura pelo serviço tenha resultado nesta decisão, afinal, a expansão das rodovias havia facilitado, e muito, as viagens às principais cidades do país. Somado a isso, a estação ferroviária instalada em região central vinha prejudicando o desenvolvimento ao Norte da cidade. Sem contar a quantidade de acidentes que eram ocasionados por imprudência nas passagens de nível. 

Foi assim que, durante a primeira gestão do prefeito Said Felício Ferreira, uma modernização foi pensada. Aquela era uma ideia que havia sido debatida anos antes, mas que acabaria concretizada muito tempo depois. Além da remoção do pátio e seus armazéns, bem como o rebaixamento da linha férrea, havia a necessidade da demolição da colônia dos ferroviários. Naquele processo, dezenas de famílias foram obrigadas a abandonarem suas casas e se mudarem a locais distantes. 

A fim de abriga-los, três novas colônias foram organizadas. Uma fica no Distrito Industrial 2, próximo ao Parque Itaipu, onde 30 novas residências foram construídas. Nesse local havia funcionado a estação de transbordo da Usina Itaipu. Tal unidade era responsável pelo transporte de peças modulares que foram utilizadas nas obras da binacional, em Foz do Iguaçu. A região fica próxima onde foi instalada a nova estação ferroviária de Maringá, que foi inaugurada em 1991. 

Outras 28 casas acabaram edificadas próximo à atual avenida Nildo Ribeiro da Rocha, ao lado do Conjunto Habitacional Inocente Villanova Junior, popularmente conhecido como Borba Gato. E mais 7 residências foram feitas na rua Floresta, próxima à rua Vereador Arlindo Planas. 


Aquela operação foi executada durante a gestão do prefeito Ricardo Barros, no início dos anos 1990. Além de permutar com a Urbamar, uma autarquia municipal, as propriedades da região central com outras instaladas na periferia da cidade, a Prefeitura também cedeu caminhões para a mudança das famílias dos ferroviários. Embora algumas pessoas tenham aceitado a troca, pelo fato de deixarem uma moradia de madeira para residirem em uma construção de alvenaria, muitos foram contrários devido a distância de onde haviam criado raízes. 

Em 1991, tanto a estação ferroviária quanto a sua colônia já não faziam mais parte da paisagem central da cidade. 

A primeira imagem mostra um take aéreo da colônia dos ferroviária, na década de 1980; o segundo registro apresenta uma família em uma das ruas internas da vila; a terceira mostra o local às vésperas de sua demolição; a quarta traz um recorte de jornal da época daquela polêmica; a quinta foto mostra as novas casas construídas próximas à atual avenida Nildo Ribeiro da Rocha; a última apresenta as outras que foram feitas na região do Parque Itaipu.

Fontes: livro “Ferroviários: entre trilhos e traves”, de André Barroso e Alexandre Penha / contribuição de Marco Antonio Deprá / Acervo Maringá Histórica. 

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