"Damas de ferro" de nossa história - Anos 1980

1990


No final dos anos 1980, o impresso O Diário do Norte do Paraná, por meio de sua seção extra "Diário Mulher", veiculou uma interessante matéria questionando a ausência de depoimentos que apresentassem a presença das mulheres na formação de Maringá. Qualificando-as como "damas de ferro", o artigo apresentou o resumo biográfico de algumas personalidades femininas que haviam abandonado suas famílias para seguir a aventura pioneira ao lado de seus maridos.

Essas mulheres chegaram entre 1947 e 1950, quando Maringá ainda era conhecida como "Cidade Fantasma", devido a ausência de moradores nas estruturas que precisavam ser construídas no prazo de um ano, segundo cláusula de venda dos terrenos da Companhia de Terras Norte do Paraná. Os compradores buscavam cumprir a determinação, mas precisavam de mais tempo para para trazerem suas famílias. Assim, a cidade foi sendo ocupada por casas e outras edificações que permaneceram vazias. 


Uma das mulheres destacadas naquela oportunidade foi Rosa Palma Planas, que junto de seu marido, Ângelo Planas, veio de Bauru, interior de São Paulo, em 1945. Ajudando Ângelo, Rosa administrava o estabelecimento comercial que montaram na avenida Brasil, a Casa Planeta. Mas não só. Ainda fazia pães caseiros e doces para venda, além de costurar. 

Noêmia Barletta Villanova é outro exemplo. Esposa de Inocente Villanova Junior, atuou como primeira dama do Município recém-emancipado. Ao lado do marido e prefeito, batalhou para que fossem implantadas dezenas de escolas mediante às dificuldades administrativas e financeiras de uma Maringá ainda em formação. 


Nilda Sanches, esposa do advogado João Batista Sanches, mudou-se para cá em 1950. Depois de uma temporada na casa dos sogros, instalou-se em uma residência na avenida Cerro Azul. Enfrentando muita lama, poeira e tirava água de um poço para seus afazeres diários. Para aquela matéria, Nilda revelou um dado bastante interessante. Até o início daquela década, as mulheres buscavam sempre sair acompanhadas para evitar o assédio de muitos dos homens que aqui transitavam a trabalho.


Embora os país já morassem na cidade, Lucrécia Vareschini chegou em 1949. Empenhada, atuou como professora na região do Maringá Velho. Mais tarde, casou-se com Antenor Sanches, a quem ajudou muito na vida política. Lucrécia também catequizou centenas de crianças, tendo uma vida ativa na comunidade católica. 


A esposa de Primo Monteschio, Ruth Martins Monteschio também aportou em Maringá no ano de 1949. Com a família, residiu em uma casa no sítio que compraram na estrada Guaiapó. Depois, mudaram-se para o Maringá Velho, onde instalaram uma clínica de dentista prático. Pouco tempo depois, o casal optou por trocar de ramo, quando fundaram a Funerária Maringá. Administraram aquele empreendimento durante décadas. 


A médica Jurema Jorge veio de Curitiba, onde estagiara no Hospital das Clínicas. Encontrou uma cidade muito precária. Somado a isso, segundo lembrou, não foi fácil encontrar uma residência que tivesse dois banheiros, de modo que pudesse instalar sua família e também a sua clínica. Foi residir no Maringá Velho. Mais tarde, trabalhou no Hospital Brasília, do médico Salim Haddad. 


Para Alcina da Conceição Romualdo, que chegou a Maringá com nove filhos, não foi diferente. Seu marido veio para trabalhar na abertura da mata e, a esposa, precisava se virar para criar e cuidar dos filhos. Para piorar, o marido sofreu um acidente quando uma tora caiu sobre ele, deixando-o inválido. Foi quando Alcina assumiu o comando da família, trabalhando fora e dentro de casa. Atuou na colheita de cana na Usina Santa Terezinha, rachou lenha e fez trabalhos domésticos. 

Esses são alguns exemplos da presença determinante da força feminina na construção da cidade de Maringá. 

Fontes: Acervo Maringá Histórica / O Diário do Norte do Paraná.

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