Caixa d'água e Estação de Tratamento da Codemar - Década de 1960

1960

A água potável era um problema do Município até o início da década de 1960. Mesmo que Maringá mantivesse o seu desenvolvimento em ritmo acelerado, o saneamento básico era uma premissa fundamental para que esse avanço ocorresse de forma sustentável. 

Foi com essa problemática que o prefeito João Paulino Vieira Filho criou a Companhia de Desenvolvimento de Maringá, a Codemar, em 1962. A sua organização seria viabilizada apenas na gestão seguinte, devido a orçamento, estudos e necessidade de formação de equipe técnica. 

Naquela conjuntura havia a prerrogativa de acabar com a prática da abertura de poços artesianos, chamados em algumas ocasiões de "poços caipiras". Muitos deles eram abertos próximos à fossas sépticas, resultando na inevitável infecção da água consumida pelos maringaenses. Em consequência, era comum a proliferação de bactérias e doenças, sobretudo, em recém-nascidos e crianças. 

A área para a construção da Estação de Tratamento (ETA) da Codemar foi definida em comum acordo com membros da diretoria da Companhia Melhoramentos Norte do Paraná. O terreno selecionado fica às margens da avenida Pedro Taques, em região mais alta em relação aos demais bairros, o que facilitaria a distribuição de água por meio da gravidade, reduzindo assim custos operacionais e fixos. Para isso, utilizou-se o rio Pirapó, distante 12 quilômetros da cidade, para a captação. Segundo registrado pelo parecer técnico da Gerência de Patrimônio Histórico de Maringá: 

"O local escolhido deveria ficar fora do plano urbanístico, pois, não só demandava ter amplitude espacial, mas também pelo fato de guardar relativa distância das primeiras áreas urbanas a receberem água potável, ou seja, as zonas 1 e 2. (...) elegeu-se em 1962 um lote de aproximadamente 30 mil m², localizado na Fazenda Santa Lina, atual avenida Pedro Taques, intersecção do Jardim Alvorada e Vila Santo Antonio". 

O responsável pela concepção do projeto foi o arquiteto e engenheiro modernista Gerhard Leo Linzmeyer, especializado em obras de cunho sanitário. Coube a ele conceber o prédio de processamento químico e de tratamento, a casa das máquinas e bombas de recalque, além do reservatório elevado, com 27 metros de altura, conhecido como caixa d'água em formato de araucária ou pinheiro (para alguns assemelha-se a um guarda-chuva invertido). A empresa responsável pelas obras foi a Construtora Cruzeiro do Sul, de Carlos Alcântara Rosa. 


A primeira imagem mostra as obras do reservatório subterrâneo e o reservatório elevado. A segunda apresenta a ETA e a casa de máquinas, bem como ao fundo a caixa d'água. A terceira traz o evento de inauguração da sede da Codemar. 

A conclusão da benfeitoria se deu no final de 1967, com inauguração ocorrendo no início de 1968, ao final da gestão do prefeito Luiz Moreira de Carvalho. Contudo, João Paulino Vieira Filho, antecessor do Chefe do Poder Executivo, teve maior destaque pela imprensa por este ter sido um projeto iniciado durante o seu quadriênio. 

Em 1980, a Codemar teve sua concessão transferida para que a Sanepar administrasse a distribuição de água e esgoto pela cidade. 

Desde outubro de 2021, a Estação de Tratamento (ETA), a casa de bombas e a caixa d'água estão tombadas como patrimônio material do Município de Maringá. 

Fontes: Parecer técnico de tombamento de 14 de outubro de 2021 - CEPPAHC / Gerência de Patrimônio Histórico de Maringá / Acervo Maringá Histórica. 

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