Unidade da SANBRA em Maringá

1957


A primeira imagem mostra a unidade fabril da SANBRA em Maringá, no ano de 1969; a segunda e terceira fotos são das obras da primeira fábrica do Paraná focada na extração de óleos. Elas datam de 1960; a quarta e quinta imagens apresentam a Fábrica de Óleos Maringá, FOMAG, nome dado pelos funcionários para esta unidade que entrou em operação no ano de 1962 - é nesse local que estão instaladas as famosas chaminé e caixa d'água da empresa.

A Sociedade Algodoeira do Nordeste Brasileiro, a SANBRA, iniciou as atividades em Maringá no ano de 1957. Contudo, existem projetos preliminares que datam da década de 1940. Em todo caso, o seu primeiro alvará de construção foi expedido pela Secretaria Municipal de Planejamento em 4 de agosto de 1956.

Ocupando as quadras I3 e I4, da Zona 10, a antiga Zona Industrial, com o passar dos anos a indústria passou a beneficiar, gerenciar e vender milho, café e algodão, além de promover a extração de óleos, produzir ração, dentre outros derivados. 

Embora tenha começado as operações em 1957, consta como data oficial de inauguração o dia 1º de março de 1962, segundo a Revista Manchete especial de 1972, que tratou do avanço e do desenvolvimento de Maringá. Possivelmente, a indústria optou por determinar esta como a data de fundação devido a aquele ter sido o momento em que a Fábrica de Óleos Maringá, a FOMAG, entrou em funcionamento. 

A SANBRA foi a primeira agroindústria a se instalar na cidade. Entre os anos de 1960 e 1961, o seu capital social somava 4 bilhões de cruzeiros. 

Segundo a mestra em arquitetura Talita Rezende Torcato Pereira, "o período de instalação da SANBRA foi um momento de atração de indústrias do setor agroindustrial e de empresas de armazenamento de grãos para a Zona 10. Na maioria dos casos, as empresas eram procedentes de outras regiões como a Armazéns Columbia S.A., Cotia, Esteve Irmãos S.A. e F. Slavieiro & Filhos S.A.". 

Após a incorporação com um grupo holandês, a SANBRA surgiu no nordeste brasileiro, região em que beneficiou algodão na década de 1920. Assim registrou Talita Pereira: "Tendo em vista o período de estímulo à industrialização que o Brasil passava, a Bunge passou a investir em diversas outras empresas do ramo agrícola e diversificou suas atividades para esmagamento de grãos e produção de óleo, exportação de grãos, produção de cimento, tecidos, fertilizantes, além de ampliar sua abrangência em território nacional (...). O grupo Bunge foi composto por empresas organizadas em quatro áreas de negócios: sendo açúcar e bioenergia; agronegócio e logística; alimentos e ingredientes; fertilizantes (...). Com essa diversificação, a Bunge adquiriu a empresa Cavalcanti & Cia, que pertencia a um grupo de comerciantes locais em Recife (PE) e atuava, desde 1919, no beneficiamento, exportação e compra de algodão. Dessa transação se originou a Sociedade Algodoeira do Nordeste Brasileiro (SANBRA) S.A. em 1923. A empresa fazia industrialização do algodão, através da exploração de concessão de usinas algodoeiras. A oleaginosa teve seu destaque, principalmente, no Nordeste no início do século XX e a SANBRA foi uma das primeiras empresas a fazer o processamento do algodão na região". 

Maringá foi uma cidade estratégica para a expansão do grupo. Contava com zona industrial prevista em seu planejamento urbano, sendo servida com ferrovia e rodovia, além de contar com zona residencial próxima. Dessa forma, com o passar dos anos a SANBRA foi ocupando as quadras I3 e I4 com diferentes edificações. 

Instalada em uma área com mais de 120 mil m², a indústria funcionou de 1957 até início de 1994. Ao longo desse período, a SANBRA reconfigurou a dinâmica econômica e territorial da região, além de alterar a paisagem urbana com suas estruturas.

Fontes: Indústria e espaço urbano: um estudo sobre a zona 10 em Maringá, dissertação de mestrado de Talita Rezende Torcato Pereira / Universidade Estadual de Maringá / Acervo Maringá Histórica. 

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