O assassinato de Márcia Constantino - 2007

2007

A capa de O Diário do Norte do Paraná reflete o “luto social” causado pela morte brutal de uma menina de 10 anos. Em 23 de outubro de 2007, Márcia Andréia do Prado Constantino foi retirada de um templo religioso, violentada, morta e queimada. Ela havia sido raptada três dias antes no pátio de uma igreja evangélica, enquanto brincava com outras crianças. Os pais assistiam ao culto. Márcia foi encontrada morta na manhã do domingo, dia 21, numa área rural na saída para Iguaraçu. Estava sem roupas, com sinais de violência sexual e o corpo parcialmente queimado.

Diversos suspeitos foram presos, mas liberados por falta de provas definitivas que os ligassem ao crime. O Conselho Comunitário de Segurança oferecia R$ 5 mil de recompensa para informações que levassem à prisão do criminoso. No dia seguinte, o jornal informava, também em manchete, que o principal suspeito seria um fiel da igreja há vários anos. O homem, de 41 anos, já teria sido preso por estuprar e matar outra adolescente de 15 anos.

Ele teria ido à igreja no dia do crime, um sábado, mas não participou do culto. Deixou o local por volta das 20 horas, quando a menina desaparecera. Ele teria retornado às 22h30, de roupa trocada, acompanhado de três moças, com as quais jantou numa pizzaria. Em depoimento à polícia, as moças relataram que o colega estava muito agitado e nervoso. Como o desaparecimento da menina já era assunto no entorno da igreja, ele teria questionado se poderia ser acusado de envolvimento.

Chamado a depor, ele apresentou versões contraditórias na tentativa de despistar a polícia. Checadas, as versões se mostraram fantasiosas. Foram coletados indícios no carro do suspeito para análise e recolhido material genético. A família, por decisão de pastores da igreja, foi isolada num hotel para evitar o assédio da imprensa. Uma testemunha acrescentou fato novo às investigações ao informar que teria visto a menina deixar o pátio acompanhada de um casal.

O principal suspeito do crime obteve habeas corpus para não ser preso, mas solicitou à polícia que fosse mantido em cela especial por temer ser identificado e linchado. O pedido não foi aceito. Preso temporariamente na tarde do dia 26, Natanael Búfalo confessou o crime. "Aparentando calma, ele contou que atraiu a menina com a promessa de entregar a ela um pedaço de bolo. Depois que ela entrou em seu carro, levou-a até sua casa. Amarrou-a pelos pulsos, pernas e pescoço e a estuprou. Ele detalhou que Márcia chorou muito, pedindo para ser levada de volta à igreja. Após abusar sexualmente da vítima, usou uma sacola plástica para asfixiá-la. Antes de se livrar do corpo, ele o debruçou sobre o capô do carro e abusou novamente da vítima. Em seguida, encharcou o cadáver com álcool, cobriu-o com palha de milho e ateou fogo", diz a matéria assinada pelo repórter Roberto Silva. 

Preso numa cela da 9º SDP, foi transferido para a Penitenciária Estadual de Maringá, pois os presos ameaçavam lincha-lo.

Fontes: Diário do Norte do Paraná / acervo do jornalista Marcelo Bulgarelli / Acervo Maringá Histórica.

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