A profissão de detetive particular é pouco estudada, sobretudo, na história local. As figuras e eventos entorno dessa atividade podem auxiliar na interpretação das condições econômicas e sociais de Maringá ao longo das décadas. 

Não foram apenas em casos extraconjugais que detetives particulares atuaram. Havia chamados envolvendo o desaparecimento de pessoas, contraespionagem e até mesmo questões políticas. 

Um desses profissionais é Pedro Perez, que chegou na região de Maringá por volta de 1949, vindo do interior de São Paulo. 

Depois de se casar com Maria Porcel, com quem teve quatro filhos, atuou como cafeicultor em outras regiões e até mesmo em outro estado. Após a Geada Negra, ocorrida em julho de 1975, Perez perdeu muito de seu capital e resolveu retornar a Maringá. 

Tendo porte de arma desde 1965, conforme registro na Secretaria de Segurança Pública do Paraná, resolveu iniciar um curso de detetive particular à distância. Formado, integrou-se à entidades do segmento, como a Central dos Detetives Particulares do Paraná, a Central Única Federal dos Detetives e a Occidental Association of Detectives Incorporation. 

No ramo ficou conhecido como detetive Perez, vindo inclusive a representar a classe em sua região. Atuou do final da década de 1970 até o início dos anos 1990.

Perez relata que foram muitos casos bem-sucedidos não só em Maringá, mas em diversas cidades do Brasil. "Às vezes, a suspeita tinha início por aqui e tínhamos que encontrar pistas que iam até fora do estado. (...) Havia muito respeito pela figura do detetive particular na época". 

Pedro Perez inspirou o HQ intitulado Soturno, que foi lançado em 2016 por Miguel Fernando, com artes criadas e produzidas por Vitor Júnior Pereira. 

Fontes: Acervo Maringá Histórica. 

Outras publicações:

Festa no Maringá Clube - Anos 1970

Vista aérea da Fazenda Santa Lina - Final dos anos 1950