O menino anônimo em meio as estrelas - 1958

1958


As atrizes Odete Lara e Eva Wilma, junto com o diretor Lima Barreto, brincam com um menino na piscina do Clube Hípico de Maringá. O clique do fotógrafo Jankiel é de maio de 1958, durante momento de lazer dos convidados do Festival do Cinema Nacional de Maringá. 

Não se sabe quem seria o menino da foto. A legenda diz:

“Entre Odete Lara e Eva Wilma, o diretor Lima Barreto tenta sobressair-se como estrela: o menino, primeira geração da cidade, ausculta outro panorama”.

Também estiveram presentes no Festival, os diretores Osvaldo Sampaio e Carlos Alberto; os atores e atrizes: Mario Fernandes Pacheco, Lima Durval, Flora Geni, Verah Sampaio, Ana Maria Nabuco, John Herbert, Alberto Ruschel, Mário Sergio, entre outros. 

O jornalista Décio Vieira Ottoni, da revista Machete, comentou aqueles dias agitados na cidade e citou a presença do professor Leonel Moro, inventor do MoroScope.

“Não foi fácil acompanhar o programa, dividido entre solenidades comemorativas da data da cidade e exibição de filmes. A prodigalidade de Maringá obrigou os 50 membros da delegação ao comparecimento a mais ou menos 20 homenagens que cercaram o tempo destinado à exibição dos filmes, todos brasileiros, a maioria inédita. Os filmes inéditos lançados foram, quase sempre, acompanhados de documentários de curta e média metragem, o que aumentou consideravelmente o programa. ‘Cara de Fogo’, ‘O Pão que o Diabo Amassou’, ‘O Grande Momento’, ‘O Cantor Milionário’ e ‘Rebelião em Vila Rica’ foram as fitas inéditas. ‘Rio, Zona Norte’, ‘Estranho Encontro’ e ‘João Negrinho’, também exibidos nas ‘soirées’ do Cine Maringá, não concorreram aos prêmios, por serem filmes já lançados nos cinemas comerciais. Um novo processo de filmagem, com uso de lentes anamórficas (o MoroScope) corrigindo a distorção vertical e possibilitando melhores possibilidades ao ‘metteur-en-scène’, foi também acrescentado pelo seu inventor, o professor Leonel Moro”. 

O professor Leonel Moro faleceu em 1984, aos 65 anos. Nos anos 1950, havia desenvolvido um processo de lente anamórfica, que batizou com o nome de "MoroScope" (na época em que o CinemaScope era a grande novidade). Por meio desta técnica realizou alguns documentários e um longa-metragem.

Moro fez "O Círculo Perfeito", um filme policial, com vários artistas paranaenses. Seu longa levou mais de 8 anos para ser concluído e, quando lançado, no cine Rivoli (Curitiba), não teve a acolhida merecida. Desiludido com o cinema, Leonel Moro se voltou à física e à astronomia. Acabou doando os negativos e cópias de seus filmes à Cinemateca do Museu Guido Viaro. 

Fontes: Revista Manchete de maio de 1958 / Blog Tabloide Digital (Aramis Millarch) / Acervo do jornalista Marcelo Bulgarelli / Acervo Maringá Histórica. 

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