A primeira sessão dos 2 novos cinemas no Avenida Center - 1990

1990


Na foto, extraída do documentário “Maringá - Um Canto de Vida” (1995), podemos ver a fachada dos Cines Avenida-Center, inaugurados em 1990.  

A abertura dos novos cinemas dentro do Shopping Avenida obteve uma enorme aceitação dos maringaenses e valeu um artigo de Aramis Millarch, originalmente publicado em 9 de junho de 1990. Os primeiros filmes exibidos foram "Difícil de Matar" de Bruce Malmuth e "Sociedade dos Poetas Mortos" de Peter Weir.

Eis o texto publicado na época: 

“A primeira sessão de um cinema. Ou melhor, de dois! A notícia é agradável: ao invés de, nostalgicamente, falar em ‘a última sessão do cinema’ - que mais do que o título do belo filme que Peter Bogdanovich realizou em 1971, tornou-se clichê para registrar a escalada de fechamento de salas de exibição Brasil afora - hoje podemos registrar que, no Paraná, após muito tempo, duas novas salas terão dia 12, terça-feira, suas primeiras iluminadas projeções. 

Em Maringá, a Cidade Canção que apresenta um dos melhores níveis de qualidade de vida do Brasil, duas novas salas serão abertas na próxima semana: o Avenida-Center I/II, com 370 e 260 lugares, respectivamente. Ocupando uma área de 1.200 metros quadrados dentro do moderníssimo Shopping Avenida - aproximadamente 40 mil metros quadrados, grande parte ocupado e em funcionamento - os dois novos cinemas pertencem a Empresa Cinematográfica Hawaí, um dos maiores grupos de exibição do Brasil. 

Fundada há 47 anos e pertencente aos empresários Manoel Marques Mendes Gregório e Hermenegildo Lopes Santonio, o grupo Hawaí possui hoje 147 salas de exibição em seis estados, 47 das quais na grande São Paulo.

Em 1979, o grupo Hawaí adquiriu a cadeia de cinemas do grupo Emílio Pedutti, instalado em Botucatu, e que com 87 salas de exibição em três estados possibilitou o crescimento para outros territórios cinematográficos, incluindo o Norte do Paraná. Em Maringá, a empresa já explorava o "Plaza" (a outra sala ali existente, o cine Maringá, pertence a um pequeno grupo exibidor). 

Dentro do plano de expansão da Hawaí - com previsão de 34 novas salas, 14 já inauguradas em cidades como Campo Grande, Goiânia e cidades do Interior de São Paulo, Maringá foi objetivo prioritário: aproximadamente US$ 800 mil formam investidos para fazer do Center Palace I/II os melhores cinemas do Estado e que após sessões especiais para a imprensa, na terça-feira, e beneficentes, dia 14, estarão funcionando normalmente a partir de quinta-feira com os filmes "Difícil de Matar" (Hard to Kill), de Bruce Malmuth e "Sociedade dos Poetas Mortos", de Peter Weir, respectivamente.

 A segunda praça-chave para a qual o grupo Hawaí se volta no Paraná é Londrina - onde atualmente existem apenas os cines Ouro Verde (administrado pela Universidade Estadual), Comtour e o Vila Rica. No Shopping Eldorado, em fase de conclusão, até fins de setembro, deverão ser inaugurados três luxuosas salas - no mesmo padrão dos cinemas entregues agora em Maringá, dentro do Shopping Avenida, empreendimento do poderoso construtor Domingos Bertoncello. 

Antônio Roberto de Godoy, 58 anos, 34 anos de cinematografia e que de 1965/71 foi o principal executivo dos cinemas do então grupo Verde Martinez em Curitiba, (posteriormente vendido ao grupo Zonari, da Vitória Cinematográfica), integrado ao grupo Hawaí desde 1979, pessoalmente supervisionou a implantação dos dois novos cinemas de Maringá. Com sua experiência de três décadas e meia ligados aos cinemas e apoio técnico de um dos escritórios mais especializados em arquitetura de teatros e cinemas - Martins & Graziosi - os mínimos cuidados foram tomados para fazer das salas Center Palace oferecerem o máximo de conforto e atração ao público. 

Otimista em relação ao cinema, acreditando que o vídeo longe de representar um esvaziamento das salas de 35mm, contribui para o sucesso de muitas produções, Godoy concorda com o arquiteto João Graziosi na necessidade de ‘oferecer ao espectador um ambiente atraente, confortável, que o faça ir ao cinema para fugir do cotidiano cinzento’. 

Graziosi, 34 anos, arquiteto da turma de 1981 da Faculdade de Guarulhos, professor na Universidade Mackenzie, autor de mais de 30 projetos de cinemas - uma dezena dos quais para o grupo Hawaí - é um expert nesta área. Para ele, o que falta são salas que, como no passado, ofereçam ‘aquele clima de magia e encantamento do cinema, como verdadeira usina de sonhos que é a sétima arte’. 

Por isto, as duas salas que Maringá ganha na próxima semana tiveram cuidados especiais - que vão de acústica perfeita (supervisionada por uma das maiores autoridades na área, o professor Roberto Stark) a estudos sobre o uso de cores quentes (vermelho/marrom/amarelo) no Palace I, com 370 lugares, e cores frias (azul e flaminco) na sala de 260 poltronas, ‘esta reservada para filmes de maior categoria artística’, como explica Roberto Godoy." 

Fontes: Estado do Paraná com texto de Aramis Millarch, 9 de junho de 1990 / Acervo do jornalista Marcelo Bulgarelli / Acervo Maringá Histórica.

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