O cartunista Lukas

1962


Marcos Cezar Lukaszewing, que ficou mais conhecido como Lukas, nasceu em Mandaguari no dia 30 de junho de 1962.

Aos 5 anos, sua mãe leu para ele uma revista do Wall Disney. Entre as lembranças que ficaram marcadas para sempre em sua vida, ele recordava de um dos quadrinhos da personagem Margarida. Aos 16 anos deu seus primeiros traços quando comprou a revista do Tim Tim do autor belga, Hergê.

Ele começou a publicar tiras em fanzines no ano de 1982, estimulado por amigos que reconheciam o talento em seu traço e o ponto de vista bem-humorado sobre temas do cotidiano maringaense. Em 1987, ganhou espaço no “O Jornal de Maringá”. No impresso "O Diário do Norte do Paraná" estreou em 1991.

Dois anos depois de ter iniciado oficialmente sua carreira em um jornal impresso, Lukas pediu demissão do emprego público para se dedicar exclusivamente ao humor. Teve seu trabalho publicado em revistas e jornais da cidade. Em 1991, uma de suas charges foi tema do vestibular da UEM.

O apelido foi sugerido pelo cartunista Jaguar, do “Pasquim”, por achar seu sobrenome difícil de falar . Lukas diz ter passado fome e que se realizou dentro de suas possibilidades de trabalho. Lançou o livro “O que vier eu traço”, em 1988, e “Demos Graças”, no ano 2000.

Amante da madrugada, o cartunista gostava de observar o mundo como matéria-prima para os seus desenhos. Simples na aparência e na vida, gostava do anonimato e de tomar cerveja com os amigos. 


O cartunista morreu no dia 29 de agosto de 2011. Lukas, que tinha 49 anos, estava internado na UTI do Hospital São Marcos. Ele estava com pneumonia e seu organismo já vinha debilitado de uma cirurgia, por conta de um câncer na garganta, descoberto em janeiro do ano anterior. Ao todo, a luta contra a doença resultou em 3 intervenções cirúrgicas.

Em 20 anos de carreira como cartunista, Lukas criou personagens como Vagauzinho, Argemiro dos Santos, Odenilson dos Santos, Os Mendigos e o Vô. Suas sacadas chegaram a ser tema de diversos trabalhos acadêmicos.

O cartunista planejava o terceiro livro, mas o projeto foi adiado por conta da doença. Nas horas vagas, escrevia em seu blog, o "Casa do Noca". Nos momentos mais difíceis, as atualizações eram feitas por sua esposa, Isa. 

Autoridades e personalidades repercutiram sua morte na época. 

"Acho que é lamentável que a crítica bem-humorada tenha perdido o seu principal artista em Maringá. Embora eu tenha sido objeto de seu trabalho, e na hora não gostei, tenho que admitir que ele transformava os fatos políticos em bom humor", disse o então prefeito Silvio Barros.

O historiador Reginaldo Benedito Dias acompanhou a carreira de Lukas desde o início. "Ele era um ídolo na cidade, conheço gente que cresceu cultuando o Lukas, o pessoal recortava e guardava os quadrinhos dele", diz.

O senador Álvaro Dias também lamentou a perda. "Ele registrou através da arte um pouco da história de Maringá. Deixa mais pobre o humor na cidade". 

A jornalista Andressa Taffarel escreveu para a Folha de S. Paulo sobre o cartunista Lukas, em 5 de setembro de 2011:

"Quando criança, Marcos César Lukaszewigz gostava de copiar personagens de gibis. Com o tempo, foi criando seu próprio traço e, em 1982, passou a publicar suas tirinhas em fanzines de Maringá (PR), onde vivia desde os sete anos.

No início, dividia a criação das tiras com o trabalho de funcionário público. Em 1987, seus personagens ganharam as páginas de jornais e revistas da cidade. Dois anos depois, pediu demissão do emprego e passou a se dedicar apenas ao humor.

No vestibular de 1991 da UEM (Estadual de Maringá), uma de suas charges foi tema da redação, o que impulsionou sua carreira: acabou contratado pelo jornal maringaense "O Diário", onde trabalhou pelo resto da vida, apesar de ter recebido convites de outras publicações.

Seus primeiros trabalhos traziam seu nome completo como assinatura - Marcos César Lukaszewigz. Um dia, em 1985, após enviar um de seus desenhos para o cartunista Jaguar, recebeu uma sugestão: deveria usar apenas 'Lukas' ou 'teria o nome mais impronunciável do Paraná'.

Em 20 anos, criou personagens como Vagauzinho, Argemiro dos Santos, Odenilson dos Santos, Os Mendigos e o Vô. As tiras deram origem a dois livros -"O que Vier Eu Traço" e "Demos Graças"- e também foram temas de diversos trabalhos acadêmicos.

Teve de fazer várias cirurgias por causa de um câncer de pescoço. Após a última, em julho, precisou ser internado após complicações. Morreu na segunda-feira (29), aos 49, de pneumonia. Deixa viúva, dois irmãos e um sobrinho". 

Em fevereiro de 2013, um documentário sobre a sua vida foi lançado por alunos da então Cesumar. "Lukas, perfil" foi produzido no ano anterior pelos jornalistas recém-formados Camila Munhoz e Gustavo Hermsdorff como trabalho de conclusão de curso. Os profissionais foram orientados pela professora Elaine Guarnieri.

Fontes: Maringa.com / Entrevista concedida a Liziane Neu / O Diário do Norte do Paraná de 17 de outubro de 1995 / Acervo Folha de S. Paulo / Gerência de Patrimônio Histórico de Maringá / Acervo MPB - JC Cecílio / Acervo Maringá Histórica.

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