S.A. White Martins - 1966

1966

Raríssimo registro da inauguração da S.A. White Martins ocorrida em 1.º de julho de 1966.

Da esquerda para a direita: Nilson Rossi, Mauro de Oliveira, Ivo Paiva, Nelson Antonio Pereira Camacho, Francisco Silva, Sabas Fernandes, Nelson Menegueti, Ary Bertoli, Jair Stefani e Luiz Cossich. 

Localizada inicialmente na então avenida das Indústrias (atual Bento Munhoz da Rocha Neto), a White Martins foi transferida para a avenida Mauá (ao lado da Indústria de Bebidas Virginia). Depois, funcionou na avenida Brasil e, por fim, mudou-se para a avenida Colombo (quase em frente ao então Teuto Brasileiro).  

Um dos funcionários da época revelou como se deu uma grande tragédia dentro dessa empresa:

A White Martins iniciou suas atividades em Maringá no dia primeiro de julho de 1966, porém quando já estava estabelecida na Avenida Brasil, n.º 4.922, ocorreu uma fatalidade e por que não dizer uma tragédia. Na época eu era dá carteira de cobrança da empresa, e dessa forma a orientação que tínhamos era quê todas as duplicatas vencidas ha mais de seis meses, deveriam ir para o Cartório de Protestos. Então fizemos isso com mais ou menos umas 50 duplicatas. A maioria era paga, outras apenas protestada. Um belo dia, exatamente às 13h30, apareceu na empresa o senhor José Rocha (mecânico), com a duplicata na mão e me perguntou (por que a primeira mesa após o balcão era a minha) quem era o gerente. E, eu disse a ele, que o gerente não havia chegado. Nisso o sr. Luiz Cossich (contador) que estava duas mesas atrás chamou o cidadão para conversar. Nisso, o sr. Ayrton Zaninotto (gerente) escutou aquela pessoa xingando, desceu de sua sala (que ficava no mezanino) e encostou na mesa, e perguntou ao contador, isto sem olhar, para o cliente: "O que foi, Luiz?". Nisso o senhor José Rocha perguntou: "Você é o gerente?". Quando ele respondeu que sim, o senhor Rocha sacou de um revólver 38 e atirou no gerente. Nisso, eu já vinha atrás e juntamente com o contador, pulamos em cima dele, e a primeira coisa foi segurar no braço dele e no cano do revólver. Nesse empurra pra lá, saiu mais um tiro, que acertou a coxa do contador. Nessas alturas, a maioria dos funcionários vieram em cima e tomamos a arma dele. O gerente estava de pé e falou: "Eu fui ferido". Então, eu peguei ele pelo braço e fui até seu "carro carmanguia" que já estava parado na frente da White e o levei até o Santa Rita (que já estava meio próximo). No caminho, eu olhava para ele e não via sinal de tiro nenhum, pois não sangrava e pensei que não era nada. Chegamos ao Santa Rita, logo no corredor, topei com uma enfermeira e falei (ele foi baleado). Imediatamente ela pegou ele pelo braço e o levou na sala de cirurgia. Passaram-se dez minutos, outro funcionário chegou com o contador também baleado na coxa. Nisso a enfermeira saí da Sala de Cirurgia e nos diz: "Esse senhor acabou de falecer". Nisso Recebemos a notícia todos juntos e não esperávamos que seria fatal, pois ele além de vir andando até seu carro e depois ainda sair andando depressa pelos corredores, não esperávamos isso. Resultado, o assassino foi levado de dentro da White pela polícia, foi preso e julgado (pegou 8 anos de cadeia) e quando saiu estuprou uma de suas filhas e voltou para cadeia onde acabou falecendo. O gerente da White era casado há três meses e sua família eram de Bauru. Nesse dia, a esposa dele estava em Bauru. Ele foi enterrado lá, onde todos os funcionários de Maringá foram nas Kombis da empresa. 

Fonte: Acervo Nelson Camacho / Acervo Maringá Historica / Contribuições diversas - Sabas Martins. 

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