Caso dos irmãos Barão

2017



No início dos anos 1980, a Fábrica de Biscoitos Barão produzia mensalmente cerca de 300 mil quilos do produto. A distribuição ocorria nos estados do Paraná, Mato Grosso, Minas Gerais, Rio de Janeiro e São Paulo. Instalada na avenida Colombo, nº 1.462, próximo ao Parque de Exposições, a indústria era administrada pelo casal Odete Barão Duarte e Airton Xenofonte Duarte.

Residentes na cidade desde 1968, a família Barão ganhou destaque a partir do bom desempenho de suas empresas. O irmão de Odete, por exemplo, Damásio do Paraná Barão administrava uma loja de materiais de construção chamada Mercantil São José.  

A tragédia que estava por vir abalaria toda a sociedade maringaense naquele início dos anos 1980. Em 5 de março de 1981, José Barão Netto (Zezé), então com 34 anos, foi subitamente assassinado dentro do escritório da Biscoitos Barão, quando dois pistoleiros o atingiram com cinco tiros e, sem levar nada, se evadiram do local em uma Belina azul metálica sem placas. Odete foi testemunha do crime praticado contra o irmão, e, junto do marido, esteve na delegacia para descobrir o paradeiro e o motivo do crime. 

Ainda sem respostas, a família foi surpreendida novamente com mais uma fatalidade. Odete Barão Duarte foi encontrada morta na manhã de 20 de novembro de 1982, dentro de uma Caravan que, aparentemente, havia se acidentado na avenida Juscelino Kubistchek, nas imediações do Bosque II. Embora seu rosto estivesse ferido, para os policiais civis e militares do plantão “(...) as circunstâncias da morte não pareciam ter sido acidentais (...)” .

 
Odete Barão Duarte, assassinada a mando de seu marido. 


Veículo encontrado em uma ribanceira, dentro do Bosque II, com o corpo de Odete Barão Duarte. Dias depois seria descoberto que o acidente foi simulado para encobertar os responsáveis pela morte. 

Houve grande mobilização das forças de segurança pública para elucidar aquele caso que parecia ter conexão com o assassinato ocorrido pouco mais de um ano antes, também com um membro da família Barão. Sob pressão, Airton Xenofonte Duarte, natural de Santa Cariri-CE, na época com 36 anos, revelou o que ele havia arquitetado. O Diário do Norte do Paraná, de 24 de novembro de 1982, veiculou ampla matéria com o título “Empresário confessou ter contratado pistoleiros para matar cunhado e esposa”.

Airton Xenofonte declarou que o dinheiro e o poder lhe motivaram a cometer aquelas atrocidades contra seus familiares. Depois de julgado e condenado, ficou preso por alguns anos. Em liberdade e vivendo na região de Curitiba, acabou sendo assassinado por volta de 1995, devido a um desentendimento comercial.

Fontes: Acervo Maringá Histórica / O Diário do Norte do Paraná de 21 de novembro de 1982 / RAMARI, Thiago. O arquiteto – Revelações sobre os assassinatos dos irmãos Barão. Livro-reportagem de conclusão de curso. Unicesumar: Maringá, 2007.

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