A partir de uma reforma na legislação promovida no final da década de 1960, ampliou-se o acesso ao ensino superior pelo interior do Estado do Paraná mediante o pagamento de mensalidades. Com a criação das Universidades Estaduais de Maringá, de Ponta Grossa e de Londrina, no final de 1969, o regime de fundação seguiu este formato. Mesmo que surgissem novos cursos, os estudantes estavam submetidos a essa e outras taxas. 

Reconhecida pelo Ministério da Educação e Cultura em 1976, a Universidade Estadual de Maringá ampliou as estruturas e criou programas de apoio aos estudantes, como o Restaurante Universitário (RU), que teve seu prédio concluído no final daquela mesma década. 

No início dos anos 1980, trabalhando com uma agenda integrada pelo Estado, o Diretório Central dos Estudantes (DCE) e outras organizações emplacaram greves com o objetivo de congelar taxas e o valor das refeições no RU.  Em 1984, os estudantes ocuparam a reitoria da UEM. 

A estrutura orçamentária previa que o Estado arcasse com salários e contribuições dos professores enquanto a Universidade, em caráter de fundação, cobrisse despesas com manutenção, infraestrutura, insumos, dentre outros custos. Para gerar receita, a UEM - assim como outras, promovia convênios, recebia repasses e cobrava mensalidades. 

Não há um estudos que possam aferir como era composta a pirâmide socioeconômica dos acadêmicos na época, mas é fato que uma parcela deles não tinha condições de garantir em dia os pagamentos das mensalidades. Por essa razão, uma importante ação promovida durante a gestão do reitor Paulo Roberto Pereira de Souza (1982-1986) foi a criação de um programa de apoio ao estudante carente. 

Executado em 1984, esse programa sensibilizava lideranças locais para que elas pedissem doações a parceiros e à sociedade em geral. A imagem mostra uma das diversas reuniões realizadas na reitoria da UEM com este objetivo. 

A gratuidade do ensino seria conquistada a partir de diversos outros movimentos no final de 1987, durante a gestão do governador Álvaro Dias, e passou a valer no ano letivo seguinte. 

Fontes: Museu Bacia do Paraná / acervo da Universidade Estadual de Maringá / contribuição de Antonio Carlos Locatelli.

Outras publicações:

Professores e alunos do Colégio Marista - Década de 1950

Catedral por entre o jardim - Final dos anos 1950