Pioneiro: Domingos Salgueiro

1946

Com texto de Marco Antonio Deprá.

O jovem Domingos Salgueiro. 

Domingos Salgueiro nasceu em Salto Grande-SP em 24 de junho de 1915, sendo o segundo dos cinco filhos do casal José Salgueiro e Maria Garcia Salgueiro. Salto Grande é um município paulista localizado na divisa do estado do Paraná, vizinho ao município de Ourinhos-SP.

Aos 26 anos de idade, em 5 de junho de 1942, Domingos se casou na Igreja Nossa Senhora de Lourdes, em Botucatu-SP, com Anna Rodrigues Salgueiro, de 25 anos de idade, nascida em 26 de julho de 1916 em Barretos-SP.

A primeira filha do casal, Ana Maria Rodrigues Salgueiro, nasceu em Botucatu no dia 3 de agosto de 1943. Pouco tempo depois, a família transferiu residência para Cambará-PR, onde em 29 de agosto de 1945 nasceu Maria Aparecida Salgueiro, a segunda filha do casal.

Em agosto de 1946, a família migrou para Maringá, atendendo ao convite do amigo Napoleão Moreira da Silva, que havia vindo para o Norte do Paraná em 1942 e onde havia fundado a Casa Napoleão, localizada no primeiro núcleo urbano do então patrimônio.

Na região que ficaria conhecida como Maringá Velho, Domingos instalou uma casa de secos & molhados denominada Casa Rodrigues e Salgueiro, em sociedade com seu sobrinho David Rodrigues Ferreira. Domingos era casado com Anna, irmã de Otávio Rodrigues Ferreira, pai de David.

O armazém ficava na parte da frente do terreno; nos fundos, a moradia. A empresa foi pioneira na venda de materiais em alumínio, especialmente para cozinha. Sua clientela era formada por lavradores instalados nos sítios e empregados da Companhia de Terras Norte do Paraná e da empresa Baitão, de propriedade de Ênio Pipino, fundador da Colonizadora Sinop, além de pequenas empreiteiras e colonizadores.

Os produtos vendidos pela empresa eram adquiridos nas Casas Fuganti em Londrina. Já no início dos anos 1950 começaram a aparecer em Maringá os primeiros viajantes e representantes de fábricas famosas, o que facilitou o abastecimento de produtos comercializados pela empresa.

No início daquela mesma década, a empresa foi transferida para o centro do “Maringá Novo”, na esquina das atuais avenidas Brasil e Governador Parigot de Souza, onde anos depois funcionou a empresa F. Monteiro S/A Comércio e Importação e outros estabelecimentos comerciais.

Prédio onde funcionou a Casa Rodrigues e Salgueiro no início da década de 1950. O prédio foi demolido logo após sofrer incêndio em outubro de 2013.

Apesar de morar em Maringá, Anna preferiu dar à luz à sua terceira filha em Cambará-PR, assistida pelo médico da família. O nascimento de Sônia Maria Rodrigues Salgueiro ocorreu no dia 20 de setembro 1949. Em 13 de dezembro de 1952 nasceu Maria Helena Salgueiro, a quarta filha do casal e a única a ter nascido em Maringá.

Em 1952 as atividades da Casa Rodrigues e Salgueiro foram encerradas. O sócio David Rodrigues Ferreira resolveu mudar de ramo e fundou a Serraria Sant´Ana, instalada a 4 km de Maringá na atual avenida Colombo logo depois do Shopping Catuaí. A serraria foi instalada no Lote nº 105 com área de 24.200 m² e produzia tacos, soalhos e madeiras brutas.

Já Domingos Salgueiro decidiu empreender atividades agrícolas em sua fazenda localizada no vale do Ribeirão do Corvo, entre os municípios de Guairaçá e Terra Rica, na região noroeste do Paraná. Tornou-se cafeicultor e, depois, sojicultor.

Em 1º de janeiro de 1958, Domingos Salgueiro foi uma das 24 pessoas que participaram da reunião de fundação do Country Club de Maringá. Em 27 de março de 1963, integrou os 46 sócios-fundadores da Cooperativa de Cafeicultores de Maringá Ltda. - COCAMAR. 

Por muitos anos, Domingos e família residiram na rua Joaquim Nabuco, nº 68, junto à atual praça Presidente Kennedy, onde atualmente está construído o Edifício Tereza Cristina.

No dia 10 de maio de 1982, Domingos Salgueiro recebeu Diploma com o Título de Pioneiro de Maringá.

Domingos Salgueiro faleceu em 27 de março de 1983, aos 67 anos de idade. À época residia na rua Alexandre Fleming, nº 44, quase na esquina com a rua Ana Neri, no Jardim Alvorada. Seu corpo foi sepultado no Cemitério Municipal de Maringá.

Em 12 de julho de 1983, a Lei Municipal nº 1646 alterou a denominação da rua nº 40005, localizada no Jardim Guaporé, para rua Pioneiro Domingos Salgueiro, desde a avenida Carlos Corrêa Borges até o Córrego Borba Gato. A lei é de autoria do vereador Kazumi Taguchi.

Anna Rodrigues Salgueiro, esposa de Domingos, faleceu em 2 de outubro de 2003, aos 87 anos de idade. Seu corpo está sepultado no Cemitério Municipal de Maringá.

Em 22 de março de 2006, a Lei Municipal nº 7068 estendeu a nomenclatura da rua Pioneiro Domingos Salgueiro à Estrada Bety, entre a avenida Carlos Corrêa Borges e o Córrego Cleópatra.

Atualmente a rua Pioneiro Domingos Salgueiro (em vermelho) tem cerca de 2 km de extensão.


Domingos Salgueiro na terceira idade.

Ana Maria Rodrigues Salgueiro, a filha mais velha do pioneiro Domingos Salgueiro, casou-se com Carlos Alberto Borges, filho do também pioneiro Carlos Corrêa Borges. Da união, nasceu Carlos Domingos Salgueiro Borges, cujo nome homenageia os pais do casal.

Domingos Salgueiro e sua esposa Anna Rodrigues Salgueiro com o neto Carlos Domingos Salgueiro Borges (sem data).

Fato interessante é que tanto Domingos Salgueiro como Carlos Corrêa Borges foram homenageados com nomes de ruas em Maringá que se cruzam como também se cruzaram as vidas dos seus descendentes.

Rua Domingos Salgueiro (em vermelho) e avenida Carlos Corrêa Borges (em amarelo).


As filhas e netos de Domingos e Anna:

- Ana Maria, casada com Carlos Alberto Borges, falecido em 11 de outubro de 2010, teve quatro filhos: Carlos Domingos, Anna Judith, Stella e Thaís;

- Maria Aparecida, casada com Valter de Souza Pereira, que por mais de 39 anos foi servidor técnico no laboratório de materiais de construção do curso de Engenharia Civil, na UEM;

- Sônia Maria faleceu solteira em 13 de março de 2008, aos 58 anos de idade. Seu corpo está sepultado no Cemitério Municipal de Maringá;

- Maria Helena casou-se com o chileno Gastón Baeza. O casal teve dois filhos: Inti e Antuel Baeza, que nasceram na Argentina e agora vivem em Aripa, no Chile. Maria Helena faleceu em 24 de junho de 1990, aos 37 anos de idade. Seu corpo foi sepultado em Curitiba.

Fragmento do mapa de Maringá de 1959 informa a localização da Serraria “Santana” Ltda., de propriedade de David Rodrigues Ferreira, sobrinho e antigo sócio de Domingos Salgueiro. A empresa produzia e comercializava tacos, soalhos e madeira bruta.

Em vermelho o terreno onde foi instalada a Serraria Sant´Ana, na BR-376, saída para Mandaguaçu. Após mais de 30 anos em operação, a empresa foi desativada em 1984.

Fontes: Arquivos da Câmara Municipal de Maringá / Arquivos da Gerência do Patrimônio Histórico da Secretaria Municipal de Cultura de Maringá / Cocamar – Uma história de Quatro Décadas, de Rogério Recco / Depoimentos dos familiares / Desbravadores do comércio de Maringá, de Rogério Recco / Maringá – Meio Século de História – O Diário / Revista Maringá Ilustrada, de agosto de 1957 / Acervo Maringá Histórica.



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1958

Surgimento do Country Club de Maringá

Após receber a negativa para se tornar sócio do elitizado Maringá Clube, Américo Dias Ferraz fundou, juntamente de outros empresários, o Country Clube de Maringá em 1º de Janeiro de 1958.Na foto acima o primeiro do lado esquerdo é Antônio Mario Manicardi.A 1º Assembléia Geral foi presidida por Amadeu de Souza. Na impor[...] Leia mais



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